V.8.

A virtude é um hábito eletivo que opera segundo a reta razão.

Já afirmamos que o objetivo da ciência moral que precede a sabedoria é o de fazer com que as virtudes, que já por si determinam as potências da alma para que operem segundo um modo conveniente à sua natureza, sejam levadas no homem até à excelência.

Ora, o modo conveniente à natureza de cada coisa levado até à excelência é a própria perfeição desta coisa; nisto de fato consiste o bem de cada coisa, que esteja convenientemente disposta segundo sua própria forma.

Mas a forma própria do homem é tal que segundo ela o homem é animal racional.

Portanto, a operação do homem será dita boa, perfeita e excelente pelo fato de que ela seja segundo a reta razão (41).

Isto é algo possível no âmbito das virtudes, pois estando as virtudes morais no apetite, que participa da razão, elas podem ser, por isso mesmo, determinadas pela razão (42); mais ainda no caso das virtudes intelectuais, que estão na própria razão.

Deve-se, portanto, dizer que as virtudes são hábitos eletivos de operações determinadas segundo a reta razão (43).



Referências

(41) In libros Ethicorum Expositio, L. II, l. 2, 257.
(42) Idem, L. II, l. 7, 322. (43) Idem, loc. cit..