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Estas são as origens históricas das concepções
sobre educação e fim último do homem nos textos de
Aristóteles que Tomás de Aquino se ocupa em comentar.
Nelas Aristóteles promoveu por sua vez mais
alguns avanços. Conforme já comentamos, na síntese de
Aristóteles encontra-se uma demonstração, à qual se ordena
o conhecimento de todas as demais ciências, de que a causa
primeira de todas as coisas é um ser imaterial e
inteligente que, possuindo o ser de modo mais intenso do
que todas as demais coisas, é causa do ser de todas elas.
O Filósofo também mostrou que esta causa primeira intelige
a si mesmo e não pode inteligir a mais nada fora de si
própria (54). Inteligindo, porém, a si mesma, intelige
também a todas as demais coisas, por ser ela causa do ser
de todas elas (55).
Segundo Aristóteles, portanto, o pai do Universo
de que falava Timeu é esta causa primeira, imaterial e
inteligente, que brilha pelo ser diante do cosmos mais do
que o Sol brilha entre as estrelas do firmamento. O modelo
eterno que ela contemplava ao ter produzido o cosmos não
era mais do que ela própria; a beleza em si de que falava
Platão, da qual todas as coisas belas são cópias que
possuem apenas em parte aquilo que o original possui
inteiramente, é a própria causa primeira de todas as
coisas; a bondade em si de que falava Platão, da qual
todas as coisas boas são também cópias que possuem apenas
em parte aquilo que o original possui inteiramente, é
também a mesma causa primeira de todas as coisas.
O homem que busca, através da inteligência, o
modelo a partir do qual foi feito o Universo, está, na
realidade, buscando a Deus, e o homem que conseguir se
elevar à contemplação das idéias eternas encontrará nelas
a Deus. Foi o que fez Aristóteles; e neste modo de
contemplação da causa primeira de todas as coisas afirmou
que consistia o fim último e a felicidade do homem.
Tudo isto constitui o pressuposto e o contexto
histórico, por parte da filosofia grega, da seguinte
afirmação que se encontra na Summa contra Gentiles:
"Conhecer que Deus existe,
que é causa de todos os seres,
que é mais eminente
e excede a todos os seres que existem
e que podem por nós ser concebidos,
esta é a perfeição do conhecimento,
tanto quanto é possível nesta vida" (56).
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