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Vimos, pois, que a felicidade deve ser a operação própria
do homem.
Ocorre, porém, que uma mesma operação do homem pode se dar
em diferentes graus de perfeição: qualquer um pode correr, mas um atleta
correrá de modo excelente; qualquer um pode pintar uma tela, mas um
artista o fará com perfeição.
De modo geral, chamam-se hábitos as qualidades que dispõem
as operações próprias de um sujeito de um modo determinado, não
importando se bem ou mal; mas quando o hábito determina o sujeito de
acordo com o que é bom e perfeito segundo a sua natureza, este hábito é
chamado de virtude (25).
Se a felicidade é, portanto, a operação própria do homem,
e, ademais, conforme vimos, tem que ser um bem perfeito, segue-se disto
que ela terá que ser a operação própria do homem aperfeiçoada pelo
hábito da virtude.
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