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A fé admite graus de grandeza.Textos de Mateus. Vimos nos textos do Evangelho de Lucas como Jesus ensinou aos que creram nele que a sua fé os havia salvado. As expressões curtas de que Jesus ali se utiliza podem dar uma primeira impressão de que a fé é algo que apenas admite duas possibilidades, isto é, que ou a temos ou não a temos. Na realidade, porém, Jesus ensinou que a fé é uma virtude que admite graus de grandeza.Jesus ensinou esta doutrina, sem deixar margem a qualquer dúvida, quando seus discípulos tentaram curar um jovem doente, e não o conseguiram. O pai do jovem, desiludido com os apóstolos, que possivelmente teriam dito ao ancião que lhe curariam o filho, levou então o enfermo a Jesus, não sem reclamar dos apóstolos. Quando, depois de Jesus ter operado a cura, os apóstolos lhe perguntaram por que não o haviam conseguido, Jesus lhes respondeu que a causa havia sido a sua pouca fé. Esta resposta é importante, porque Jesus não disse que os apóstolos não tinham fé, mas sim que a sua fé era pouca. A fé, portanto, segundo Jesus, admite graus de grandeza, um ensinamento que ele repete em muitas outras passagens:
A lição que esta passagem nos ensina é que, para alcançarmos a graça do Espírito Santo, não apenas devemos procurar adquirir a fé, mas devemos também procurar fazer com que ela aumente. Deus, de fato, quer enviar-nos o Espírito Santo e, para isto, não quer apenas que nós creiamos, mas quer também que a nossa fé seja grande. É o que se deduz de uma outra passagem do Evangelho de Mateus, em que Jesus censura São Pedro pela sua pouca fé:
diz o Evangelho de Mateus,
Já em outras ocasiões, em vez de Jesus censurar a pouca fé, elogiava algumas pessoas em que tinha encontrado uma grande fé. São exemplos que mostram que, assim como a fé pode ser pouca, ela também pode ser muita, e que nos ensinam que, além de possuir a virtude da fé, para o nosso bem espiritual, devemos procurar fazer com que ela aumente:
diz o Evangelho de Mateus,
Estas narrativas contidas nos Evangelhos, como a do jovem lunático que os apóstolos não conseguiram curar, a de São Pedro que afunda depois de ter inicialmente conseguido caminhar sobre as águas, a da mulher cananéia à qual foi concedida a cura de sua filha, embora sejam fatos que se tenham verificado na realidade terrena, são também ao mesmo tempo símbolos de realidades celestes, do mesmo modo que os fatos narrados no Velho Testamento, os quais, embora tenham acontecido realmente conforme os relatos contidos nas Escrituras, são símbolos das realidades descritas no Novo Testamento. O episódio da mulher cananéia significa que se nos for possível ser dito, como a ela:
alcançaremos de Deus a graça do Espírito Santo. |