Do livro "Sobre os Méritos e a Remissão dos Pecados", livro I, Cap. 22-3, |
"Cedamos, portanto, e consintamos com a autoridade da Sagrada Escritura, que não sabe ser enganada nem enganar: e assim como, para discernir os seus méritos, não cremos que os ainda não nascidos tenham praticado algo de bem ou de mal, assim também não duvidemos todos estarem debaixo do pecado, que por um homem entrou no mundo e que passou por todos os homens, do qual não liberta senão a graça de Deus por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo. Seu advento medicinal não é obra para os sãos, mas para os enfermos, porque não veio chamar os justos, mas os pecadores, em cujo reino não entrará senão quem tiver renascido pela água e pelo Espírito, nem possuirá fora de seu reino salvação e vida eterna, já que quem não tiver comido a sua carne, e quem é incrédulo do Filho, não terá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele (Jo 3, 36). Deste pecado e desta enfermidade, ... , dos quais são naturalmente filhos também aqueles que, se pela idade não o possuem próprio, trazem todavia o pecado original, não liberta senão
ninguém senão o Médico que
ninguém senão o Redentor, cujo sangue destrói a nossa dívida. Porque quem ousará dizer não ser Cristo Salvador nem Redentor das crianças? Mas de que as salva se não houver nelas nenhuma enfermidade do pecado original? De que as redime se não são pela origem do primeiro homem vendidas sob o pecado? Portanto, fora do batismo de Cristo, não se prometa às crianças pelo nosso próprio arbítrio nenhuma salvação eterna que não promete a Sagrada Escritura, preferível a todos os engenhos humanos". |