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Como membro da Ordem Terceira de São Francisco e na qualidade de
Irmão Menor, Pedro residia na igreja do "Calvário", já
terminada, e entre seus deveres, além de rezar e cumprir seus
exercícios espirituais, achava-se o de arrumar e limpar a casa e
cuidar do jardim, ocupações essas que ele desempenhava com alegria.
Varria cuidadosamente o chão da igreja, que era de ladrilhos ou lages
de argila e, para não levantar poeira com a vassoura e deixá-lo
fresco e perfumado, previamente o molhava com água, na qual misturava
folhas de pinho e de laranja. No Calvário, aconteceu algo
maravilhoso no dia seguinte àquele em que Pedro tinha tomado o hábito
de irmão terciário.
Era costume, naquele tempo, que os amigos mais queridos fossem ter
com o novo terciário para parabenizá-lo, e assim aconteceu também
com Pedro. Tendo chegado a noite, convidou seus amigos para rezar
com ele na sacristia, onde então se encontrava a imagem de Jesus
crucificado, à espera de ser limpa e restaurada. Ajoelharam-se
diante dessa efígie e, surpreendentemente, notaram que se cobria de
suor; um dos presentes enxugou-a com uma toalha e, frente aos olhos
maravilhados de todos, voltou a molhar-se. Assustados, queriam
alertar as pessoas, mas Pedro os impediu, pedindo-lhes que parassem
porque era pelos seus pecados que Deus estava suando. Durante os dias
6 e 7 de julho de 1656, a imagem suou diante dos olhos
maravilhados dos presentes, que não se moveram dali nem por um
momento, enquanto Pedro de Betancur, ajoelhado num canto, implorava
perdão.
As flores e suas ocupações lhe causavam um prazer particular e tinha
"mão boa" para tudo que semeava; como São Francisco de Assis,
cultivava seu jardim, perto da igreja, onde floresciam belíssimas
rosas, jasmins, cravos, lírios, íris, violetas, pásquas e outra
flores tropicais que, nutridas por uma terra rica, fértil e pelo
clima generoso e tonificante da região, além dos cuidados especiais
de suas mãos amorosas, eram tão belas e perfumadas que suscitavam a
admiração de todos que as viam. Não lhe agradava colhê-las, a
não ser para adornar os altares da igreja.
Dispor aquelas flores diante do altar da Virgem lhe causava uma
dulcíssima emoção, que se traduzia em palavras sussurradas em
oração:
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"Não desdenheis, Senhora, estas pobres homenagens de vosso humilde
servo, pois a minha ternura vo-las oferece não só como Rainha, mas
como Mãe. Se porventura não chegar o eflúvio dos aromas e a
fragrância das flores naturais ao puríssimo altar do vosso trono,
levantai pelos méritos do Glorioso Patriarca São José, vosso
caríssimo esposo, os pobres suspiros da minha oração, a tibieza da
minha vontade, o desânimo do meu espírito, e acolhei-os aos vossos
sacros pés, obtendo-me de vosso divino Filho o dom da perseverança
e a condução de todas as minhas obras".
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Sua devoção à Imaculada foi muito grande, como o demonstra um
documento encontrado depois da sua morte, escrito de próprio punho e
com seu sangue:
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"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sejam benditos e
louvados o Santíssimo Sacramento do Altar e a Imaculada
Conceição da Virgem Maria, Nossa Senhora, concebida sem pecado
original. Eu, Pedro de Betancur, afirmo e juro por esta cruz e
pelos Santos Evangelhos que Nossa Senhora, a Virgem Maria, foi
concebida sem a mancha do pecado original; e darei a minha vida, se
necessário for, para defender sua Santíssima Concepção. E em
verdade o assino com meu nome e com meu próprio sangue.
Terça-Feira, 8 de dezembro de 1654."
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Todo ano renovava essa promessa, pois no mesmo documento se encontra
escrito:
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"Todo ano confirmo quanto disse: e digo que perderei mil vidas para
defender a Concepção da Virgem Maria, minha Mãe e Senhora, e
todo ano, no seu dia, o assinarei com meu sangue. Eu, Pedro de
Betancur, pecador, ano de 1655".
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Sobre o trabalho de Pedro como jardineiro, há dois testemunhos que
convém aqui mencionar.
Vivia na cidade um rico cavaleiro espanhol chamado Jacinto Avendano,
cuja casa, que ficava a três quartos de milha da catedral, ao longo
do caminho para São Pedro das Hortas, tinha um belíssimo pátio
cultivado com árvores de frutas e flores. D. Jacinto tinha por
Pedro um afeto especial e o convidava frequentemente para almoçar,
oferecendo-lhe alimentos e guloseimas trazidas da Espanha
particularmente para ele. Certo dia, apresentou-lhe no café da
manhã uma pequena cesta cheia de tâmaras secas, que agradaram muito a
Pedro que, movido pelo instinto de semear tudo, conservou os
caroços, perguntando a D. Jacinto:
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- "O senhor acredita que este clima seja propício para essa fruta?
Se me permitir plantar esse caroço no seu pátio para ver se nasce e
cresce, será depois um ornamento que nenhuma casa desta cidade
possui".
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- "Planta-o, irmão, que a tua boa mão fará, sim, que
imediatamente germine".
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Os dois se puseram a escolher um lugar e um canteiro e plantaram o
caroço. Poucos dias depois, viram estupefatos que da terra
despontava uma folhinha verde: era a primeira planta de tâmaras que
crescia na Guatemala, talvez a primeira em terra da América.
A árvore crescia lentamente, mas bem. De quando em quando, o
Irmão Pedro ia observá-la e admirava a haste delgada da palma e o
imenso tufo de folhas que balançavam ao vento. Os habitantes falavam
sobre isso porque nunca tinham visto uma tamareira. E assim
espalhou-se a fama da árvore conhecida como "a tâmara do Irmão
Pedro".
Com o tempo, a casa de D. Jacinto passou para a propriedade das
irmãs Trujillo, que cuidaram da árvore com grande devoção.
No ano de 1881, precisamente em 4 de outubro, verificou-se o
famoso aguaceiro anual conhecido com o nome de "Cordão de São
Francisco" (borrasca equinocial) e a sua violência foi tal que
arrancou a tamareira, cujas raízes com mais de duzentos anos estavam
fracas e desgastadas. As irmãs Trujillo recuperaram os restos da
haste e a cortaram em pedaços, distribuindo-os entre várias
famílias de Antígua, devotas de Pedro.
Outra árvore famosa que Pedro plantou é Esquisúchil, ainda em pé
depois de mais de trezentos anos de semeadura. Essa árvore ainda é
chamada assim ou Atzquisuchil (em linguagem pipil significa "só esta
flor"), atribuindo-lhe origem indígena, mas a estória nos diz que
vem originariamente do Peru, para onde D. Pedro de Alvarado, em
1534, tinha conduzido uma expedição da Guatemala para encontrar
os tesouros dos Incas. Entre os soldados de D. Pedro,
encontrava-se João Godínez, capelão do exército a quem muito
agradavam as plantas. As vicissitudes dessa expedição, os
sofrimentos e a morte de grande parte dos soldados, pelo frio e pela
fome ao longo das montanhas do Peru, são uma triste página na
história de D. Pedro de Alvaredo, conquistador e Capitão Geral
da Guatemala.
Entre aquelas montanhas altas e frias, em meio ao medo e a morte, o
padre João Godínez notou uma árvore de um verde intenso carregada
de flores brancas perfumadas. Pensou em sua casa na Guatemala e
prometeu à Virgem que, se voltasse vivo, plantaria uma dessas
árvores na frente da capela. Cortou um ramo e o dividiu em galhos,
que recobriu com musgo úmido para que não secassem. E assim, por
meses, levou-o consigo até o retorno a sua casa no vale de
Almolonga.
Somente um dos brotos chegou fresco e ele o plantou no pátio da igreja
de São Miguelito, no bairro que leva o mesmo nome. Ali a árvore
cresceu, perfumando o caminho e embelezando a paisagem.
Transcorreram mais de cem anos. Almolonga foi destruída e a capital
transferida para o pequeno vale de Panchoy onde, um dia, chegou
Pedro de Betancur. Tendo tomado o hábito de terciário
franciscano, vivia na igreja do Calvário e se dirigia, quando
podia, à vizinha "Cidade Velha" (outrora Almolonga) para
visitar a imagem da Virgem da Conceição na principal igreja do
lugar. Para chegar ali, devia passar pela região de São
Miguelito. Certa manhã, transitando pelo lugar, ouviu uns
lamentos, aproximou-se e viu que, ao pé de uma árvore belíssima,
estava deitado um pobre homem que sofria com fome e frio. Para
socorrê-lo, pediu ajuda numa casa vizinha para conseguir pão e
abrigo e, enquanto oferecia ao desgraçado algo para comer, sentiu um
perfume suavíssimo. Notou, então, a árvore grande e frondosa,
cheia de minúsculas florzinhas brancas que emanavam aquele aroma
agradável. Pensou no jardim do Calvário de que tanto cuidava, na
Virgem que amava enfeitar com flores cândidas e perfumadas, e
imediatamente cortou um raminho da árvore.
Era o dia de São José, 19 de março de 1657, quando plantou
no seu jardim, no lugar onde existira antes um caramanchão, um
raminho florido que cresceu pouco a pouco até transformar-se na grande
árvore que hoje admiramos e que tem mais de 300 anos de vida.
[25]
Esta árvore, cujo nome científico foi classificado pelo botânico
Mariano Pacheco Herrante como "Ehretia Guatemalensis", é uma
planta rara, difícil de se reproduzir e não foi possível
encontrá-la em nenhum outro país.
A "Esquisúchil" é considerada uma planta de poderes curativos; as
florzinhas brancas que caem de seus ramos são recolhidas por pessoas
que afirmam que é possível curar doenças, preparando com elas uma
infusão ou um chá. Por causa disso, é muito comum ver pessoas
recolhendo incansavelmente as flores caídas ou esperando que caiam
outras.
Talvez isso se deva ao fato de que o Irmão Pedro, além de curar
as almas como todo bom religioso, curasse os corpos com as ervas; em
sua casa no Calvário apareciam muitos enfermos em busca de cura e ele
também levava medicamentos vegetais aos numerosos doentes que
quotidianamente ia visitar a domicílio ou nos hospitais.
A história nos conta que, desde que se estabeleceu no seu
Santuário, Frei Pedro, conhecido como "o habitante do
Calvário", tinha um armário com uma pequena farmácia, onde
guardava os remédios para todo tipo de indisposição e doença.
[26]
Desde o momento em que se soube que tinha entrado na Ordem
Franciscana e que se encontrava no Calvário, muita gente ia
procurá-lo, necessitada de curas materiais e espirituais. Pedro
sabia, pela intuição sábia que o guiava nas ações, que para ser
efeciente e sustentar-se uma obra devia fundar-se em sólidas bases.
Por isso, além dos adultos, sua maior preocupação eram os
meninos: ele os atraía, portanto, à sua escola para que mais tarde
pudessem ser homens capazes de cumprir obras de bondade e de fé.
Idealizou métodos novos para prepará-los nos estudos e, para tornar
mais agradáveis suas aulas, excluiu as maneiras severas e duras tão
em uso naquela época. Contava às crianças pequenas estórias,
recitava versos compostos por ele mesmo, presenteava-os com doces e
frutas, organizava procissões alegradas com cantos simples e passos de
dança, que executava com sã alegria, sem que ninguém ousasse
criticá-lo.
Entre todas as suas iniciativas, destaca-se em particular a prática
religiosa do "rosário cantado", que não tardou em propagar-se no
mundo católico. É surpreendente dar-se conta desses métodos de
ensino de Frei Pedro, sistemas espontâneos que usava guiado por uma
sábia intuição e que, duzentos anos mais tarde, foram introduzidos
por mestres e psicólogos na educação moderna, reconhecendo o
altíssimo valor psicopedagógico do "ensinar brincando".
É provável que por causa dos quadros e desenhos da época que
existem, mostrando sempre Frei Pedro em atitude contemplativa e
penitente, nós o imaginemos sério e solitário, mas não era assim.
Tinha um belo caráter, alegre, espirituoso, comunicativo. Sua voz
era suave, se bem que, quando a ocasião exigia, pudesse ser também
forte e grave. Amava cantar canções e recitar versos que ele mesmo
compunha, simples e profundos, intuindo que os ensinamentos podiam
desse modo ser mais facilmente lembrados.
Eis um exemplo:
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Vale mais o gordo,
alegre e obediente
que o magro
triste, altivo e penitente.
Obedece ao Confessor
e enganar-te não poderás,
segue sempre seu querer
e agradar a Deus saberás.
De amor próprio morreremos
Se esmagá-lo não soubermos.
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Às vezes, para demonstrar às pessoas que os corações cheios de
Deus devem manter-se alegres, cantava e dançava, agitando os
braços como se fossem asas, convidando os pássaros e desafiando-os
na dança.
Quando caminhava pelas estradas, as pessoas, e especialmente as
crianças, assim que o viam aparecer, faziam o gesto de ajoelhar-se
à sua passagem, em sinal do respeito que lhe votavam, coisa que a
ele, na sua humildade, não agradava. Para evitá-lo, ensinou aos
meninos alguns versinhos e lhes pedia que recitassem em alta voz,
enquanto ele se ajoelhava no meio deles, divertindo-se por ser
escarnecido:
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Querem saber, senhores,
quem é o irmão Pedro?
Vê-lo-ão sempre fora
ir para frente e para trás.
Perde mais tempo em conversar
que o mal em reparar.
Pelas estradas, na frente e atrás,
sem de fato trabalhar,
pensa ir o irmão Pedro
também ao céu para passear.
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Indubitavelmente a estrofe mais conhecida e também a mais bela e
profunda de todas é aquela que recitava com voz grave, parando em
todos os cantos do caminho, soando sua famosa sineta. Falava em
espanhol, naturalmente, e naquela língua, tem um som particular.
Era assim:
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Acordaos, hermanos,
que un alma tenemos
y si la perdemos
no la recobramos...
Limpiad el pensamiento,
temed el mal que haceis,
vivid considerando
que de morir habeis...
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A imagem de Frei Pedro não foi valorizada de maneira justa quanto à
capacidade intelectiva. Talvez pelo seu fracasso nos estudos alguns o
consideraram estulto ou pouco inteligente, coisa que se demonstra falsa
a julgar pela obra que realizou e que se estabeleceu com o tempo.
Muitas vezes acontece que se confunda a simplicidade com a estupidez.
Pedro não tinha facilidade para decorar (considere-se que o sistema
de ensino da época era baseado sobretudo na memorização), nem lhe
era fácil aprender as línguas: o latim era uma de suas principais
dificuldades e deve-se considerar que, naquele tempo, as principais
aulas eram dadas sempre em latim. Todavia, isto não é sinal de
inteligências escassa, pois existem pessoas de talento que não
possuem essa qualidade.
Pedro de Betancur tinha uma inteligência normal, clara e prática;
não foi um talento extraordinário nem um gênio mas, sob certo
aspecto, pode ser considerado como tal por muitos de seus atos e de
suas intenções, que não poderiam ter explicação lógica fora de
suas particulares iluminações interiores.
Sua inteligência e sua capacidade de aprendizado eram tão grandes no
período de seu apostolado que, como conta a história, numa ocasião
em que se pediu a Frei Payo Enríquez de Ribera, então bispo da
Guatemala, sua opinião sobre esse aspecto do Irmão Pedro, ele se
expressou assim:
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"Todas as suas qualidades são preciosas, mas julgo aquela do
aprendizado a mais singular". [27]
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Seu biógrafo Vasquez, que citamos com frequência neste livro,
disse dele que
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"o Senhor lhe comunicou tanta luz para entender o Evangelho que,
mesmo não conhecendo a gramática, não só compreendia as palavras,
mas lhes penetrava no espírito...".
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Uma vez abraçada a vida religiosa, dividia seu tempo entre as
ocupações na igreja e as visitas aos enfermos nos hospitais, aos
leprosos e aos prisioneiros. Levava-lhes o que podia: roupas,
pão, panquecas etc., que distribuía enquanto confortava
espiritualmente.
Não abandonava ninguém que tivesse necessidade, nem mesmo aqueles
que, por certas condições especiais, provocavam repugnância ou
repulsa nos outros, como era o caso de alguns anciãos leprosos
internados nos hospital de São Lázaro, cuja enfermidade em grau
avançado de decomposição fazia com que ninguém quisesse cuidar
deles. Pedro ficou sabendo e uma vez por semana acorria a medicá-los
com as próprias mãos.
Certa manhã, nos inícios de sua vida de terciário, recorreu a
Frei Payo, pedindo-lhe autorização para mudar de nome, coisa que
queria fazer já há muito tempo. Frade Payo assinou pessoalmente a
autorização num documento que dizia assim: [28]
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"Relatou-me Frei Pedro de Betancur que por sua grande devoção e
desejo pretende mudar de nome e chamar-se 'Pedro de São José',
e também que lhe seria um conforto que eu por primeiro o chamasse
assim... Frade Payo, bispo da Guatemala".
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Voltando para casa, Pedro contou tudo o que tinha acontecido,
pedindo a todos para ser sempre chamado, daquele momento em diante,
de: "Irmão Pedro de São José" (Frei Pedro de São
José).
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