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Sobre a Alma, L.III, c.1.Reúne todas as distrações do coração e todas as flutuações da mente em um só todo, e fixa em um só Deus todo o teu desejo. Esteja o teu coração ali onde está o teu tesouro muito desejável e amável. O Senhor, de fato, visita freqüentemente e habita liberalmente a tranqüilidade do coração e a contemplação da mente tranqüila, pois Ele é a paz, e
Purifica, portanto, a tua consciência, e sempre estejas preparado para que, a qualquer hora em que vier o Senhor e quiser habitar contigo, encontre em ti preparada a sua morada, pois Ele também diz:
Apliquemo-nos, portanto, a edificar o templo de Deus em nós, primeiro para que possa habitar em cada coisa que há em nós, depois em todas simultaneamente, porque de contrário não se dignará a fazê-lo nem em cada uma nem em todas. Que cada um, portanto, primeiro se aplique a não se dividir de si próprio, porque todo reino em si mesmo dividido será destruído, e cairá casa sobre casa (Luc. 11, 17), e não entrará Cristo onde as paredes estiverem inclinadas e os tijolos faltando. A alma deseja ter a casa de seu corpo íntegra, e necessariamente a abandonará se os seus membros estiverem dispersos. Contemple-se, portanto, a si mesma, se deseja que Cristo habite em seu coração pela fé, isto é, examine-se a si mesma e solicitamente procure que os seus membros, a razão, a vontade e a MEMÓRIA, não se dividam. Prepara uma habitação digna para Deus aquele cuja razão não é iludida, cuja vontade não é pervertida e cuja MEMÓRIA não é maculada. Feliz é a alma que deste modo se aplica a purificar deste modo a casa do seu coração da sordidez dos pecados e a plenificá-la com obras santas e justas, para que nela não apenas os anjos, mas também o próprio Senhor dos anjos se compraza em habitar. Purificada a casa, e dela excluída todos os males, torne-se repleta de todos os bens, para que nós, que abandonamos tudo o que é exterior, não tenhamos necessidade de buscar fora alguma coisa. |