5.

Os Mistérios da Fé Cristã, L. I, XIIIª Parte, c. 9.

A Escritura nos manifesta o quanto devemos amar o nosso bem que é Deus quando diz:

"Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração,
de toda a tua mente
e de toda a tua alma",

Mt. 22, 37

como se dissesse:

"Não te preceituou apenas que o ames,
ou que ames apenas a Deus,
mas que tanto quanto o possas,
tanto o ames".

A tua possibilidade será a tua medida; quanto mais o amares, mais o terás.

Amarás de todo o teu coração e de toda a tua alma e de toda a tua mente, isto é, de toda a tua inteligência, de todo o teu afeto, e de toda a tua MEMÓRIA, quanto o entenderes, quanto o provares, quanto maior for a tua suficiência, tanto o deves amar. Que tudo se torne pleno pelo conhecimento, que todo afeto seja ligado pelo amor, que tudo seja possuído pela MEMÓRIA. Quanto mais te iluminares, tanto te afeiçoarás, para que seja inteiramente doce quanto dEle alcance o conhecimento e a MEMÓRIA. Se tudo for experimentado ser reto, como não será totalmente amado? Quanto, portanto, dignar-se estar Deus em nós pelo pensamento, tanto será por nós amado. Amemos tudo o que dEle pudermos conter, e o quanto pudermos.